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Reabilitação Vestibular


O que é o Sistema Vestibular?

O sistema ou aparelho vestibular é o conjunto de órgãos do ouvido interno responsáveis pela manutenção do equilíbrio.

No homem, é formado pelos três canais semicirculares que se juntam numa região central chamado o vestíbulo (daí o seu nome). Ao vestíbulo encontra-se igualmente ligada a cóclea que é a sede do sentido da audição. O conjunto destas duas estruturas chama-se labirinto, devido à complexidade da sua forma tubular .

As funções do sistema vestibular são: estabilização da imagem na retina, ajuste postural e orientação gravitacional. Para que isto seja realizado, é necessária a informação sobre a posição e movimento da cabeça, o que é feito pelo labirinto.

Quando o sistema coclear (auditivo) e vestibular apresentam algum problema, individualmente ou em conjunto, surgem como sintomas principais a tontura e/ou vertigem, com ou sem sintomas neuro-vegetativos. Esses distúrbios são conhecidos popularmente como “labirintite”, mas o nome correto que se dá a eles é “labirintopatias”, que significam doenças do labirinto, ou ainda vestibulopatias (quando ocorrem individualmente no sistema vestibular).

Quais alterações e patologias mais comuns do sistema vestibular?

Vestibulopatias:

- Vertigem Posicional Paroxística Benigna (VPPB): caracteriza-se por vertigem súbita e fugaz, associada a determinados movimentos da cabeça. Não é apenas induzida por uma mudança da posição da cabeça em relação a gravidade, mas sim por movimentos rápidos da cabeça, poderia ser evitada se os movimentos da cabeça fossem realizados lentamente. A exata fisiopatologia da desordem ainda não é completamente entendida.

- Ototoxicoses: trata-se de uma doença muito comum, ocorrendo durante ou após a exposição do paciente a uma substância ototóxica, principalmente medicamentos (estima-se em mais de dois mil o número de drogas potencialmente tóxicas para o equilíbrio corporal, audição ou ambos). Pode ocasionar vertigem e outros tipos de tontura, ainda podendo ocorrer perda auditiva, zumbido e/ou desequilíbrio mais ou menos permanentes, eventualmente progressivos.

- Doença de Ménière: trata-se de um protótipo das labirintopatias periféricas, embora não seja a causa mais freqüente. Caracteriza-se por: crises vertiginosas recidivantes, hipoacusia (perda total ou parcial da audição) que geralmente piora durante as crises vertiginosas, zumbido no ouvido e sensação de pressão no ouvido.

- Insuficiência da artéria vértebro-basilar: A estenose (estreitamento anormal de um vaso sanguíneo) da artéria vertebrobasilar causa a diminuição do fluxo sanguíneo nas regiões por ela irrigadas, determinando o aparecimento de vários sintomas auditivos e vestibulares.

- Labirintite: Trata-se de uma afecção muito rara e extremamente grave. O ouvido interno pode ser comprometido pelas bactérias e pelos vírus, o que é a verdadeira labirintite na acepção da palavra.

Quais os sintomas das alterações no Sistema Vestibular?

O sintoma principal é a tontura, sendo o mais comum a instabilidade seguida de vertigem. Outros sintomas, direta ou indiretamente relacionados são: cefaléia (dor de cabeça), escurecimento da visão, nistagmo (oscilações repetidas e involuntárias rítmicas de um ou ambos os olhos no sentido vertical, horizontal ou rotatorio), distúrbios de sono, zumbido, perda auditiva entre outros.

Possíveis causas:

São inúmeras as possíveis causas das alterações do labirinto, algumas delas são: doenças como diabetes, hipertensão, reumatismo, infecções por vírus e bactérias, alterações do metabolismo e hormonais, uso excessivo de drogas ototóxicas (como antibióticos e antiinflamatórios), arterosclerose, traumas, hábitos alimentares inadequados, vida sedentária, estresse, alteração vascular e etc. A terceira idade é uma faixa que apresenta muitos problemas do labirinto, seja por causa de doenças preexistentes ou por uso excessivo de drogas ototóxicas.

Avaliação fisioterapêutica do paciente com disfunção vestibular:

Deve constar de uma avaliação funcional, verificação do grau de independência na marcha, estado em que o paciente se encontrava no momento da avaliação, avaliação de força muscular e mobilidade, avaliação postural, avaliação de equilíbrio, propriocepção e coordenação, perguntas relacionadas aos sintomas vestibulares, sobre as crises, problemas auditivos e oculares, testes para verificar a presença ou não de nistagmo e uma avaliação de qualidade de vida do paciente. Deve ainda ser investigado a presença de disfunção temporomandibular, problemas psicológicos e insuficiência da artéria vértebro-basilar.

Indicações da Rabilitação Vestibular

A Reabilitação vestibular é indicado no tratamento primário dos pacientes portadores de vertigem postural paroxística benigna e de hipofunção vestibular unilateral periférica ou central incompletamente compensada.

Reabilitação Vestibular

A reabilitação vestibular (RV) procura restabelecer o equilíbrio por meio de estimulação e aceleração dos mecanismos naturais de compensação, induzindo o paciente a realizar o mais perfeitamente possível os movimentos que estava acostumado a fazer antes de surgir a tontura. A escolha dos exercícios depende basicamente da configuração do quadro clínico das vestibulopatias periféricas e centrais na fase aguda e na fase crônica.

Na fase aguda pode-se utilizar a eletroestimulação cervical (com um aparelho semelhante ao TENS) com o objetivo de estimular as fibras nervosas para proporcionar uma ativação e simular as informações que deveriam vir do labirinto acometido. Podem ainda ser usadas manobras de estimulações plantares e cervicais, as estimulações plantares são técnicas proprioceptivas da fisioterapia (ex.: equilíbrio com almofada sob os pés), na cervical são tecnicas de sensibilização com textura e proprioceptivas.

Na fase crônica são muito utilizados os exercícios de Cawthorne e Cooksey, são exercícios posturais com movimentos de cabeça, pescoço e olhos, podendo associá-los com a marcha. Esses exercicios devem ser selecionados pelo especialista de acordo com a necessidade do paciente.

Medidas Preventivas

Considerando que certos erros alimentares costumam agravar ou até mesmo causar vertigens e outros tipos de tontura, algumas recomendações podem ser úteis, desde que não haja nenhuma contra-indicação médica. Algumas medidas preventivas podem ser: evitar jejum prolongado; diminuir o uso de café e bebidas cafeinadas; evitar o fumo (nicotina é capaz de produzir nistagmo pela excitação que provoca nas vias do sistema vestibular central); evitar ingestão de álcool.Os resultados de dietas nutricionais em pacientes com vertigem de origem metabólica costumam reduzir os sintomas.

Artigo escrito por nossa fisioterapeuta especialista em reabilitação vestibular Rayana Vasconcelos / CREFITO: 169339 - F

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